terça-feira, 3 de novembro de 2009

Chico’s Facetas




Crescido em um meio artístico e acadêmico, e inspirado, principalmente por João Gilberto, tornou-se grande amigo de Vinícius de Morais, que era muito querido em sua família, Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) se tornou um dos maiores nomes da música brasileira.

Nascido em 19 de junho de 1944 no Rio de Janeiro, Chico Buarque muda-se para a Itália, juntamente com sua família, quando seu pai, Sérgio Buarque de Hollanda, é convidado a lecionar na Universidade de Roma. Chico tinha apenas nove anos quando começou a compor, junto com suas irmãs, suas primeiras marchinhas de carnaval, consolidando seu forte interesse e paixão pela música.

Em 1961 compõe “Canção dos OIhos”, música que seria considerada para alguns sua primeira composição séria. No entanto, o compositor afirma que todas as suas canções são especiais para ele, à medida que elas contribuíram para o seu crescimento como artista. Em entrevista à revista “Almanaque” em 2008 o cantor diz que não passa muito tempo relembrando suas canções antigas, mas afirma que algumas lhe dão aflições, pois, ele sabia que elas foram feitas às pressas, e outras porque, segundo ele, eram muito obscuras e ele não sabia o que de fato queria dizer através delas.

Em 1965, após ter deixado a faculdade de Arquitetura para se dedicar a carreira artística, Chico Buarque compõe canções como “Pedro Pedreiro” e “Sonho de Carnaval”, esta última lançada no Festival Nacional de Música Popular Brasileira. No ano seguinte, surge um novo gênero musical chamado Música Popular Brasileira (MPB) que já estava em construção junto com a Bossa Nova, mas com a decadência desta, a MPB começa a se consolidar, surgindo novos artistas como o próprio Chico Buarque, Gilberto Gil, entre outros, todos ainda filhos da Bossa Nova. A partir de então, Chico se torna conhecido em todo o Brasil quando sua música “A Banda” , na voz de Nara Leão, ganha o mesmo festival em 66, aparentemente empatada em primeiro lugar com “Disparada”, de Geraldo Vandré. Digo aparentemente, porque mais tarde foi revelado pelo musicólogo Zuza Homem de Mello em seu livro, “A era dos festivais”, que “A Banda”, de
Chico Buarque, havia vencido o festival por 7 votos a 5. Diz ele que, na época, quando Chico percebeu que ganharia de “Disparada” afirmou que não aceitaria e entregaria o troféu à seu adversário.

Chico Buarque, após o ganho do festival, passou a mostrar as suas diversas facetas em compor diferentes tipos musicais e a escrever brincando com as palavras e seus significados, o consagrando como um dos maiores nomes da música popular brasileira. Suas canções demonstram desde as mais antigas, até as mais recentes, um retrato da sociedade brasileira e a forma como o compositor olha para ela.
Chico Buarque não é apenas “O político” por suas composições contra o regime militar, como “cálice”, que também provaram a capacidade poética e sobretudo crítica do cantor, mas também era “ O trovador”, “ O malandro”, “o cronista” e é também muitas outras faces da música e da literatura brasileira. § Aline Pereira






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