terça-feira, 3 de novembro de 2009

Luiz Gonzaga, o Rei do Baião


O pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) foi quem consagrou o ritmo forró e suas várias ramificações pelo Brasil.

Durante quase cinco décadas de carreira, o humilde sertanejo foi aos poucos se tornando conhecido e, no auge de sua carreira, foi intitulado “O Rei de Baião”.

Esse forrozeiro foi quem inventou e difundiu o baião (o baião é uma ramificação do forró), as marchinhas juninas, entre outros ritmos e foi o maior responsável por introduzir a cultura nordestina em meio à população do sul e sudeste do país. Sempre “aos poucos” foi crescendo em sucesso, sem perder a simplicidade e simpatia. Nota-se, até por seus vários apelidos, que Luiz Gonzaga nunca passava despercebido.

Influenciado pela musicalidade vinda de seu pai, Januário, o filho sempre gostou de tocar, desde pequeno já pegava a sanfona do pai às escondidas. Aos poucos foi começando a tocar com seu pai nos bailes e festas das noites de Exu, sua cidade natal.

Em 1930 alistou-se no Exército Brasileiro e viajou pela primeira vez por todo o país com sua tropa, ficando conhecido como “Bico de Aço”, por ser excelente corneteiro.

Nove anos depois, após ter passado por São Paulo, Luiz Gonzaga, também conhecido como “Lua”, foi ao Mangue, no Rio de Janeiro, e passou a tocar em gafieiras. Começou também a tentar a sorte no programa de calouros do cantor e apresentador Ary Barroso, mas não passava da nota média.

Em 1940, tocando valsinhas e músicas estrangeiras em casas noturnas, Luiz foi “desafiado” por um grupo de estudantes nordestinos a tocar algo “de lá da terra”. Aceitou o desafio e depois de tocar foi aplaudido não só pelos rapazes como por todos ao tocar finalmente músicas que expressavam sua origem.Logo em seguida regressou ao programa de Ary Barroso e obteve a nota máxima, sendo então convidado para tocar na Rádio Nacional.

A partir daí reinou absoluto na Rádio Nacional, de (1945-1955), tendo como parceiros compositores como Humberto Teixeira (“Asa Branca”, “Respeita Januário”, “Baião”, entre outras) e Zé Dantas (“Xote das meninas”, “A Volta da Asa Branca”, entre outras).

A partir de meados de 1956, Luiz se viu desprestigiado, ofuscado inicialmente pela Bossa Nova e logo em seguida pela Jovem Guarda. Com a chegada da televisão, Gonzaga não se adaptou e, voltou a cantar em forrós e circos pela estrada, afastado das massas, porém famoso pelo sucesso na Rádio Nacional.

Nesta época, trabalhou também gravando jingles para campanhas políticas, como as de o ex-presidente Getúlio Vargas e o jornalista e político Carlos Lacerda.
Aos poucos foi voltando ao cenário da música popular brasileira, primeiramente resgatado por Geraldo Vandré em 1965, que gravou Asa Branca. A partir disso foi citado por Caetano Veloso e Gilberto Gil como ponto de referência no período em que estes lideravam o tropicalismo. Mais tarde, na década de 80, gravou músicas com o filho Gonzaguinha.

O Espetáculo ‘Luiz Gonzaga Volta Pra Curtir’ foi considerado um marco na história recente da MPB e na carreira do próprio “Lua”. Em 1980 cantou para o Papa João Paulo II, quando este veio ao Brasil. Em 2 de agosto de 1989, no Recife, morreu Luiz Gonzaga de osteoporose. O Rei do Baião se foi, mas o ritmo consagrado por ele permanece vivo até hoje.

Sobre a divisão de ritmos, o estilo Forró pode ser dividido em Toada, Xote, Forró, Xaxado, Baião, Arrasta-pé e mais recentemente em outros ritmos, como o forró universitário, um resgate do Xote (Falamansa) e o forró elétrico (Banda Calypso) .

Bem, para fugir um pouco do clichê " Asa Branca" [ a música mais famosa de Gonzagão] vou postar aqui o vìdeo da música "Súplica Cearense", originalmente em toada, de Luiz Gonzaga, que foi recentemente regravada com um novo estilo pela banda O Rappa. Curtam aí! §Aline Bento







Este vídeo ensina a diferença dos diversos ritmos do forró. Feito por artistas que trabalham na casa de forró Remelexo.

Um comentário:

  1. Adorei a matéria sobre o Mestre Lua! Sou fãsaça dele! rs
    Parabéns pelo blog tá bem legal...

    Yasmin

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